2º Seminário

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Cerca de 400 alunos, professores e profissionais da área de segurança lotaram o auditório da Câmara Municipal de Goiânia nos dois dias de atividades do II Seminário de Segurança Pública e Direitos Humanos, realizado pelo Instituto Lato Sensu em parceria com o departamento acadêmico e a coordenação do Curso Superior Sequencial de Gestão em Segurança Pública e Privada do Instituto de Ciências Sociais e Humanas.

Os participantes vieram de mais de 30 cidades do interior de Goiás como Carmo do Rio Verde, Jussara, Itapuranga e Valparaíso, além de Uberlândia-MG e cidades do Distrito Federal: Brasília, Santa Maria, Gama, Taguatinga, Ceilândia, Águas Claras e Riacho Fundo.

 

Os debates giraram em torno dos desafios da segurança pública e dos direitos humanos frente às novas tecnologias no país. O balanço foi extremamente positivo, já que a proposta inicial de promover o ensino e a integração de profissionais e estudantes que se dedicam à segurança pública, além de garantir o precioso direito de acesso à educação, foi alcançada.

No primeiro dia, autoridades e representantes da Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal e do poder legislativo municipal compuseram a mesa de discussões. São eles o chefe do Estado-Maior, coronel Victor Dragalzew Júnior; o chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Segurança Pública, doutor Edilson de Brito; o doutor Alexandre Pinto Lourenço, delegado titular da 1ª DRP de Goiânia e professor de direitos humanos; o tenente-coronel da PM Carlos Sant’ana Lira; o comandante-geral da Guarda Civil Metropolitana de Goiânia, Valdimir Passos; o comandante-geral da Guarda Municipal de Senador Canedo, André Luiz de Oliveira Gomes, o ex-comandante da Guarda Municipal de Senador Canedo, tenente-coronel Alexandre Alencar Lacerda, o coordenador operacional da Guarda Municipal de Aparecida de Goiânia, Henry Charles Barbosa e a presidente da comissão parlamentar de direitos humanos da câmara municipal de Goiânia, vereadora Cristina Lopes Afonso. Todos proferiram palavras de extrema importância e incentivaram a reflexão sobre a segurança pública e suas práticas, que precisam, urgentemente, de políticas públicas eficazes e de tecnologias aliadas ao combate à criminalidade e à violência.

 

No segundo dia, foram realizadas cinco palestras ministradas por profissionais de diversas áreas do conhecimento. O professor Nelson Souza da Universidade Católica de Brasília, mestre em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação abriu os trabalhos com o tema: novas perspectivas em análise e prevenção criminal - o policiamento preditivo.

 

Em seguida, a perita criminal e chefe do laboratório de análises de drogas da Polícia Científica de Goiás, Patrícia Castro Braga, falou sobre as novas tecnologias utilizadas pelos institutos de criminalística quanto à identificação de drogas sintéticas que ainda não foram proibidas pela Anvisa e sobre as dificuldades de se conter o avanço desse tipo de entorpecente no Brasil que tem a internet como o principal aliado.

 

Já o professor Rilmo Braga Cruz Junior, delegado de Polícia Civil do Estado de Goiás, comentou sobre privacidade e o uso da imagem dos presos pela imprensa em geral, além da responsabilidade das autoridades policiais de trabalharem em defesa da imagem dos presos em caso de abusos cometidos pela mídia em geral.

 

Na parte da tarde, a professora da UFG Bartira Macedo de Miranda, doutora em História da Ciência, mestra em Ciências Penais e membro do Conselho Estadual de Segurança Pública do IBCCRIM e GEPEC falou sobre mídia, violência e Segurança Pública: novos aspectos da violência e da criminalidade no Brasil.

 

Após um debate com o professor Nelson Souza, os presentes fizeram perguntas aos dois palestrantes em um momento de troca de conhecimentos extremamente relevante, considerado pela organização do seminário o ponto alto das discussões, uma vez que os presentes participaram efetivamente do debate a respeito de divergências sobre um assunto complexo e polêmico: prisões em larga escala, sobretudo das classes menos favorecidas que, muitas vezes, não têm como se defender e sobre o papel socioeducativo das instituições prisionais.

 

 As discussões foram encerradas pelo professor Hariel Costa e Silva, policial militar, bacharel em Direito e mestrando em Educação, que comentou a respeito do ensino superior no curso de formação de soldados da PMGO.

 

 Em todos os debates, ficou clara a dificuldade dos órgãos policiais de lidarem com o estigma de que são eles os únicos responsáveis pela Segurança Pública, seja em âmbito federal, estadual ou municipal. O problema da criminalidade precisa ser visto como responsabilidade de profissionais de todas as áreas, sobretudo educação, saúde, cultura e sociedade, que precisam unir esforços para amenizar dados alarmantes sobre o avanço da violência no país. Enquanto a responsabilidade for, erroneamente, apenas das polícias, a realidade não mudará. Além disso, investir em tecnologia como principal arma nesse processo é urgente e necessário, de forma que os agentes de segurança possam trabalhar na prevenção, evitando o crime, em vez de agir após o cometimento do delito.