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O tema da prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio deste ano foi “a persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”. O que revela um avanço por parte do Ministério da Educação, que deixa claro o seu posicionamento a respeito do problema: se em anos anteriores poderia haver argumentos contra e a favor do tema, como por exemplo, viver em rede no século XXI e a lei seca, desta vez, a única possibilidade foi ser totalmente contra essa infeliz realidade, porque além de crime e grave violação dos direitos humanos, a violência contra as mulheres segue atormentando milhares de brasileiras de maneira persistente: 43% das mulheres em situação de violência sofrem agressões diariamente; para 35%, a agressão é semanal, segundo o Mapa da Violência. Entre 1980 e 2010 foram assassinadas mais de 92 mil mulheres no Brasil, 43,7 mil somente na última década.

Atual e necessário, o tema mobilizou os 7.746.057 candidatos que realizaram o exame em 2015. O que se espera deles é um posicionamento crítico frente a um problema que perpassa por grandes áreas de atuação do poder público: segurança pública, saúde e educação. Porém, não só do poder público são esperadas ações refletidas em atividades eficazes e duradouras de combate à violência contra a mulher. A sociedade, de forma geral, também precisa se envolver e dar um basta à cultura do machismo que, em pleno século XXI ainda persiste em nosso país. 

Sobre os aspectos de produção do texto dissertativo-argumentativo, o tema, que sempre se apresenta como um problema e, portanto, precisa ser solucionado, o que se espera dos estudantes é responder na conclusão do texto - momento em que é necessário e obrigatório que seja apresentada uma proposta de intervenção - a seguinte pergunta: COMO ACABAR DE VEZ COM A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER? Nos parágrafos de desenvolvimento, argumentos sociais/culturais relacionados às causas desse abuso e também argumentos cognitivos, relacionados à dor, medo, angústia e sequelas (não só físicas, mas mentais) são fundamentais para o bom embasamento da tese.

CONHECIMENTOS DE MUNDO

Além dos textos motivadores que os alunos têm acesso na hora da prova, é esperado deles o acionamento de conhecimentos de outras disciplinas e conhecimentos de mundo, de forma que argumentos pautados na Lei Maria da Penha e sobre seu cumprimento efetivo ou não, são imprescindíveis para alcançar a boa nota no exame, além de se basear no feminicídio, nomenclatura utilizada quando a mulher é assassinada simplesmente pelo fato de ser mulher. A lei, sancionada este ano pela presidente Dilma Rousseff, altera o código penal para incluir o feminicídio como um tipo de homicídio qualificado e inclui-lo na lista de crimes hediondos.

 

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